A importância de uma boa liturgia
A maior revelação para mim foi aprender sobre a evolução da Missa em uma jornada de 2.000 anos até as principais reformas do século XX. A história me fascinou. Afinal, precisamos conhecer nossa história, pois ela nos dá nossa identidade.
Ver como a Liturgia Diária foi dominada pelo clero por tantos séculos me fez perceber como somos tremendamente privilegiados por viver na igreja pós-Vaticano II.
Temos a oportunidade que nossos antepassados nunca tiveram de mergulhar no mistério pleno da Eucaristia. Seu culto dependia de uma fé cega e de um certo medo, mas podemos entrar na liturgia de uma maneira que, por 1.500 anos, os cristãos nem poderiam imaginar.
Alguém disse que leva pelo menos 100 anos para que as reformas da igreja entrem em vigor, então temos um longo caminho a percorrer.
A boa liturgia nos aproxima de Deus
“Na liturgia terrena, participamos de uma antecipação daquela liturgia celestial que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual caminhamos como peregrinos… A liturgia é o cume para o qual se dirige a atividade da Igreja; , é a fonte de onde flui todo o seu poder.” (SC 10)
Participar da Eucaristia é a coisa mais importante que podemos fazer como cristãos batizados. É a maior fonte de nossa santificação e o ápice de nossa vida cristã.
Tem o poder de santificar, transformar e mudar. Isso é tudo o que realmente precisamos saber. Deus não espera que todos sejamos teólogos, mas quanto mais mergulharmos na liturgia, compreendendo-a, ouvindo, cantando, rezando e oferecendo-nos, mais graças receberemos e mais nos tornaremos semelhantes a Cristo.
A boa liturgia é uma benção do céu – Catequese
“A fé cresce quando é bem expressa na celebração. Boas celebrações alimentam e alimentam a fé. Celebrações pobres podem enfraquecê-la e destruí-la.”
Quando nos reunimos, somos o Corpo místico de Cristo e nos tornamos um com Ele por meio de sinais e símbolos perceptíveis aos sentidos.
Na liturgia, Cristo está presente, fazendo a sua obra de salvação por nós.
A boa liturgia nos ensina de maneiras mistagógicas, por isso é absolutamente importante que prestemos atenção a todos os aspectos da ação litúrgica e do ambiente. Se ocultarmos ou confundirmos sinais e símbolos, seu significado pode ser enfraquecido, perdido ou mesmo alterado.
O altar é o símbolo mais essencial e significativo porque significa Cristo. Portanto, deve ser feito de material digno, ser permanente e não entulhado ou escondido por quaisquer outros objetos. Flores (reais, não artificiais) devem adicionar beleza, mas não dominar.
Vasos, vestimentas e obras de arte devem agregar beleza. O incenso e as velas falam de oração, santidade e ajudam a criar um espaço sagrado. A música é essencial e ‘maior do que qualquer outra arte’.
O ambão deve ser devidamente dignificado, refletindo a sua importância como local de proclamação. O Livro dos Evangelhos deve ser levado bem alto na procissão, lembrando-nos da importância do que estamos prestes a ouvir.
A coreografia da liturgia também é importante. Durante a Missa, as procissões, as encenações e o movimento geral precisam ser praticados porque criam dignidade, drama e sentido do sagrado para a ação ritual.
Não é uma ação cotidiana; é único e deve refletir as glórias da liturgia celestial. Esses sinais e símbolos em nossos edifícios e nossas liturgias são uma amostra do céu.
A boa liturgia da igreja a sua identidade
“A Mãe Igreja deseja sinceramente que todos os fiéis sejam levados àquela participação plenamente consciente e ativa nas celebrações litúrgicas que é exigida pela própria natureza da liturgia… tudo mais.” (SC 14)
As reformas litúrgicas do século XX centraram-se na compreensão de que somos membros do Corpo místico de Cristo.
Cristo nos chama para nos reunirmos e, quando o fazemos, tornamos a igreja visível. Por mais de 1.000 anos, os fiéis só podiam ‘ouvir’ a missa (na verdade, provavelmente lutamos para fazer isso!). Era vista como a oração particular do padre.
O renovado desejo de ver a Igreja tal como descrita por São Paulo significa que temos um papel ativo a desempenhar; não somos espectadores da Missa.
Seremos o Corpo Místico em sua melhor forma se todos desempenharmos nossos papéis ao máximo, preparando-nos com cuidado, usando bem nossos dons com uma compreensão consciente.…